quarta-feira, agosto 03, 2005

Paz na Irlanda finalmente...



...enquanto aquele terrível despertador toca mais uma vez para acordar Jasmim este permanece quieto e sonolento na sua cama, aguardando pelo grito de alvorada de sua mãe.
Bastou uma colherada naqueles cereais deliciosos para ver que a sombra do soldado inglês já não se encontra a porta de sua casa.
Fica intrigado com estranha ausência de segurança e corre para o andar de cima perguntando a sua mãe doente se viu hoje Peter o soldado inglês que permanentemente passeia em redor da sua casa sob forma de protector familiar. A mãe exclama que Peter partiu hoje finalmente para a sua terra natal e que possivelmente Jasmim não vai voltar a escutar o seu assobio de rouxinol.
Peter tinha o terrível hábito de assobiar quando se sentia nervoso e isso percebia-se a distância de um olhar irrequieto, até o sorriso parecia gélido quando pressentia o perigo.
Passar uma semana de saudades parecia ser o destino de uma criança cada vez mais silenciada por caminhos diferentes.
A Mãe explicou-lhe que o que importa naquele momento é a lembrança bonita que Peter deixou na mente e no coração de Jasmim e quando o tempo passar as feridas da saudade iram sarar e tudo se vai recompor.
Pegou na sacola com ar de paciente enganado e colocou todos os seus livros violentamente dentro dela com se estes tivessem alguma culpa de tanto desespero, a mãe por essa altura mostrou um sorriso cúmplice como que a preparar alguma boa surpresa.
Desceu a escada do seu pequeno apartamento nos arredores de Belfast e quase ia tropeçando talvez nas suas próprias lágrimas visto que um choro compulsivo como aquele sente-se como pedra em nosso asfalto. Saiu sem bater a porta com força e não se despediu sequer da mãe caminhou silenciosamente abrigando-se debaixo duma nuvem cinzenta.
Assustou-se ao ver uma sombra quase familiar, mas o assobio daquele homem não lhe deixava duvida era mesmo Peter que voltou somente para se despedir daquela criança chorosa de momento. Envolveram-se em abraços compulsivos quase assumindo um laço de paternidade que nunca se tinha reparado. O choro da criança agora derrama na farda do soldado Peter este que nunca assumiu qualquer compromisso de amizade com tamanho catraio sentia-se perdido por nunca ter reparado que daquele lado do Reino Unido são as crianças que mais sofreram com uma guerra injusta...

Paz na Irlanda finalmente...o mundo agradece...

2 comentários:

Menina Marota disse...

Espero que sim... o povo bem o merece... A Irlanda é um País que me fascina por toda a sua história...

Um abraço ;)

Anónimo disse...

Não tinha saído nada de jeito?
Consegui estar lá...
Bjs