segunda-feira, junho 20, 2005

Quente verão de 94




...Procurei por ela naquela espuma macia, vejo corpos desinibidos quase nus dentro daquela máquina de música. A discoteca estava praticamente vazia naquele momento, até surgir uma leve brisa de verão que arrastou meus olhos fixamente sem sequer pestanejar. Era a tal miúda que sorria abundantemente para mim enquanto se exercitava naquela areia molhada no tarde de anteontem, seduzidos discretamente trocamos uns sinceros olhares daqueles que fazem vibrar o nosso coração.
Fiquei naquela noite a pensar como seria beijar um lábio sensual e quente como aquele que presenciei dias a fio. Entre suspiros rejeitei timidamente convites femininos para passear ao longo duma costa algarvia cada vez mais habituada a minha presença, mas sem romance á mistura. Procurava um amor de verão como se costuma dizer entre amigos, Procurava uma pitada de sal no meu coração...e para eu que queria alguma acção, aquele verão tinha de mudar.
Empurrei a minha timidez para fora de mim, procurei finalmente a aventura...ingerindo algum álcool prometi a mim mesmo que era eu que ia tomar a iniciativa de conhecer a minha alma gémea daquele verão. A situação ficou mais complicada quando uns “abutres” de óculos escuros procuravam conquistar a “minha paixão de verão”. Compreendi mesmo naquele instante que a “Trela” estava mesmo virada para mim visto que apercebendo-se da minha presença esquivou-se inocentemente para pedir um copo de sangria.
Ao longo da noite a aproximação sucedeu-se vagarosamente, falamos de relações entre pessoas e de sentimentos perdidos ao longo das nossas vidas. Demorei a perceber e a compreender que com aquela meia dúzia de minutos não se consegue conquistar ninguém com dois dedos de testa. Combinamos mais algumas saídas nocturnas para que aquele beijo que ambicionávamos não se perdesse entre memórias amorosas. E finalmente quando esse momento chegou parecíamos velhos amantes comprometidos de tanta ousadia.
Entre saudades e algumas lágrimas na despedida prometemos a nós mesmos que iríamos encontrar o nosso “Sapo enfeitiçado” sem olhar para atrás.
Trocamos números de telefone para que pudéssemos matar algumas das saudades que nos iríamos fazer ressacar daquela paixão de verão.
Foi uma quente paixão de verão que me fez despertar para uma vida recheada de pequenas e doces aventuras...

quinta-feira, junho 09, 2005

Tempo de meditar



Quase adormeço com a luminosidade que aquele monitor me transmite, noite já vai longa e o meu pensamento não vai mais alem do que uma cama macia. O sono já vai me perturbando a cabeça de tanto matutar neste tema. Tinha-me “prometido” com a minha vizinha Barradas que fazia este pequeno texto em forma de pequena homenagem a tudo o que vai para alem de 2 monitores neste mundo da Internet. Escrevo como alguém disse um dia “com o coração perto da mão” e fico aguardando que meio mundo me leia com sentimento e alegria. É isso que tento transmitir quando escrevo os meus pequenos textos.
Por vezes quando a memoria e criatividade me trai, fico com a sensação com tudo se pode perder a qualquer momento. Felizmente tenho conseguido dar a volta a situação visto que o mundo que me rodeia não me deixa indiferente e sossegado na minha cadeirinha de baloiço. Existem sempre críticas para fazer e pequenos desejos e sonhos que vejo nascer a cada dia que passa. O mesmo mundo que me viu nascer é o mesmo que me vai acolher um dia quando a teimosia de ser imortal tomar a minha consciência de vez.
Adormeço com um tema na cabeça e enquanto não o exploro conscientemente não descanso, por vezes esqueço-me que tenho que acabar uma frase ou uma exclamação. Acreditem que não faço isso de propósito, somente a energia que as vezes toma conta de mim não foi contemplada com nenhum curso superior de escrita. Fico feliz que me leiam e que me dêem mais alguma motivação para continuar a escrever como o tenho feito até agora. Muitas vezes uma palmada nas costas e um incentivo melancólico me deixa com uma energia quase sobrenatural. Sinto que já não me consigo libertar desta teia de escrita, parece que a minha cabeça é poço de temas e de sonhos.
Vou para umas suaves ferias longe desta rotina diária, vou para descansar mas levo sempre temas para pensar e meditar, espero que as palavras não me magoem nesta altura pois como em qualquer desafio não gosto de ficar a perder...
Prometo que não vou ficar por aqui...