quarta-feira, junho 28, 2006

Momentos Íntimos




“Mais vale tarde do que nunca!” Expressou-se alegremente o convicto e ainda moço ardina. Tinha-lhe prometido que lhe comprava o jornal hoje, aquela ultima página de classificado de ontem deixou-me intrigado.
Aquela mulher atraente parecia mesmo a Raquel, vizinha da minha mocidade, companheira de longos primeiros beijos juvenis, Deusa com um pião nas mãos. Agora ao que parece tem Homens poderosos a babarem-se para ela, babarem-se é o termo mais limpo em que pensei.
O Charme e a beleza ao que parece ainda continuam presentes, a avaliar pela foto apresentada só a cor do cheiroso cabelo mudou, aquele louro natural tinha-se evaporado, agora o castanho claro tornou-se assumidamente mais apelativo ao calor humano.
Prometi coragem a mim mesmo para lhe telefonar naquele mesmo dia, as vezes temos receio de ser mal interpretados quando telefonamos a pessoas que poucas vezes estão presentes nas nossas vidas pessoais. Mas a Raquel é uma pessoa completamente diferente das outras, nela parece que o sol brilha até mais tarde, parece sempre que o dia se transforma em noite.
Quereria o destino que nos voltássemos a cruzar? Assumi para conter- me que nada me passaria pela cabeça sem ser uma doce conversa entre duas pessoas com objectivos pessoais completamente diferentes.
Na Foto dos classificados ela estava como sempre apetecível, como que a pedir inocência e travessura nos actos sexuais que em cada noite pratica com os seus clientes.
Demorei a pegar no telefone, era envergonhado como antigamente, O Melhor da história é que ela sabia isso e fez-me aguentar 5 minutos de perguntas difíceis daquelas ousadas mesmo. Depois de me massacrar com questões relativos ao maior dom dela (o Sexo), passamos para momentos só nossos, momentos em que vivemos uma linda infância, curioso o facto de ela se lembrar de mais momentos marcantes do que eu próprio.
Antes de se tornar uma preciosa acompanhante, Raquel foi uma menina daquelas endiabradas e fugitivas, fugia dum terrorista chamado dentista e arredondava a saia para os meninos mais envergonhados.
Foi útil a nossa conversa, servir para limar algumas arestas sentimentais, afinal ela tinha-me mantido em seu coração este tempo todo, ainda sonhava comigo quando se deitava naquela cama vazia de tanto carinho e compreensão.
Aqueles dez minutos passaram a correr, foram minutos feitos de saudades e de emoções que nunca me esquecerei…