terça-feira, novembro 29, 2005

Deusa do Sexo




Tâmara não rejeita o dito parceiro sexual normal, tem um ar de mulher insaciável, mulher que busca o prazer enquanto satisfação diária. As suas mãos suavizam o seu sexo diariamente, é ele a boca que a alimenta ferozmente cada dia que passa.
É a chamada prostituta do prazer, a tal mulher que enquanto tira partido do cliente sexualmente ainda lhe tira algum dinheiro da carteira, afirma que quando esta no seu ponto de partida tem por habito fazerem os homens desceram até ao seu covil para a comerem. Seus lábios sedentos estão sempre em busca de algo que lhe pudesse satisfazer tamanha fome de virilidade masculina, a feminina ela pôs sempre para fora do prato. O seu seguro olhar fixou-se num homem fisicamente abastado de sorriso cúmplice, segurava uma pasta de pele na mesma mão que em usava uma brilhante aliança. Segue-o lentamente com o seu olhar sem nunca o fazer recuar na troca de olhares, como se uma presa se tratasse, Tâmara apressa-se a apresentar a sua arma.
A sedução espontânea. Com um decote ousado algo esconde-se ainda que por pouco tempo, o tal busto que os homens tanto adoram e apertam, ela sabe que argumento pode apresentar e rejeita a hipótese de paleio excessivo.
Que aquele restaurante já escondeu mil e segredos é verdade, mas aquelas casas de banho evocam erotismo em qualquer azulejo. As loucas tonturas provocadas também por um claro excesso de álcool em seu corpo que não são exclusivamente de apelo sexual, são uma razão para apagar um passado pouco conseguido.
O chamado tesão toma conta daquele momento, e antes que algum dos dois acorde daquele momento, chega a altura do prazer explicito, sem tabus, sem panos quentes.
A saia de Lycra dela já rasgada ousa ainda esconder seu quente sexo, o curioso homem percorre cada centímetro da sua anca jamais tocada como naquele momento.
A provocação recorrente da língua dela pode agora trazer os seus frutos, a imensidão do prazer é misturada com um gemido de prazer da parte dele.
Para sempre ira ser recordado aquele levantar de perna, daquele movimento de cabeça sucessivo, daquela ejaculação precoce devidamente perdoada por uma mulher que para ela importa ter sexo e não de que maneira o ter.
De pormenores íntimos, e das respectivas trocas sucessivas de posições era necessário que o agora leitor tivesse meio-dia de tempo livre, Tâmara não tem esse tempo a perder, meio-dia perdido para ela resulta numa oportunidade desperdiçada.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Justiceiro do Século XXI


Esforçou-se para manter a caneca de cerveja em cima da mesa, rasgou-se em elogios á uma empregada da taberna, já embriagado de álcool denotava ainda capacidade e uma esperteza sublime. Tem a perfeita consciência que os actos que pratica não têm apoiantes muito convictos, Lúcio puro justiceiro do século XXI desvia cheques de gente mais abastada para entregar a famílias com poucas capacidades financeiras para suportar a miséria dos nossos dias. Lúcio carteiro de profissão colocado no gabinete financeiro da estação de correios da Cascais, tem por habito fazer entrar na sua gaveta cheques chorudos entregues na sua estação. Chama-se a si mesmo o Robin dos Bosques do nosso século, Junta a esse cargo, o de humilde Pai de Família encarregado de deixar em casa o ordenado mínimo, encorajado sempre por uma alegria contagiante impingida pela sua filhinha de seis anos. Por ela ele era capaz de correr meio mundo a procura da sua futura felicidade.
Os olhares suspeitos já se fizeram notar, a sua mão já actua mais cuidadosamente, já não procura a confusão para extraviar os cheques, eficazmente e lentamente foi ganhado a confiança dum chefe compreensivo e dedicado ao bom funcionamento da estação de correios daquela avenida. Lúcio caminha a passos largos para a reforma, caminha com o pouco dinheiro que vai ganhando de salário, aguarda que a calma reforma lhe traga o doce sabor de um jogo de cartas com os amigos, ou a dedicação constante a uma boa telenovela brasileira.
A sua luta constante contra a pobreza e infelicidade é legítima e justificada por um número ilimitado de razões, entre essas razões encontra-se a actual dona de seu coração. Embriagada de amor a doce Paula tem o seu carinho e amor guardado para Lúcio. Paula carece tanto de afecto que o ultimamente geme frequentemente ao telefone quando a Voz de Lúcio lhe traz boas e suaves palavras.
Momentos puramente de loucura contracenando com a inocente malvadez duns cheques extraviados por justiça ferrenha, abrigando uma mar de gente no seu coração era provável que desembarca-se numa terrível tentação de roubar para si mesmo.
Nesse aspecto tem-se mantido fiel aos seus princípios regendo-se por uma exemplar conduta. Tem a convicção firme que o céu lhe reserva um lugar, justificando-se com uma simples frase.

“Quem corre por gosto não cansa”

quarta-feira, novembro 09, 2005

Musica no Coração




Fiz questão de fazer amizade com a música, era menino inocente e já os meus pais colocavam musica no meu ouvido. Sou fascinado pela música e por tudo o que ela transmite, recordo-me de ouvir música durante tardes inteiras ao mesmo tempo que me imaginava como musico e artista. Lembro-me de ouvir aqueles famosos discos de vinil de quarenta e cinco rotações enquanto a minha mãe me dava um quente banho, não tinha mais de cinco anos e aquelas doces melancolias ficaram para sempre me meu ouvido. O gira-discos era pequeno e de qualidade duvidosa mas fazia girar a minha imaginação, parecia cansado de tanta musicar tocar e de tanta audição cativar. Era um puto simples que passava ao lado de qualquer birra de miúdo, Ficava sentado a brincar sossegado com os meus carrinhos sem me aperceber que o tempo efectivamente ia passando. As preocupações tinham só um alvo...o gira-discos da minha mãe. O vinil já riscado e possuído pelo pó lá de casa ia passando pelas minhas mãos como se um tesouro enorme se tratasse. Naquele tempo os sucessos de artistas portugueses faziam historia entre nós e ainda hoje me recordo de como o “Macaco gosta de Banana” de José Cid. Sentado no chão daquela sala passei por grandes sessões musicais, findo o disco colocava com muito cuidado o vinil dentro do caixote dos discos que a minha mãe fazia questão de guardar debaixo da cama.
Apesar de alguma dificuldades financeiras, a minha mãe fazia questão de trazer todas as semanas um disco novo lá para casa, e isso para mim era mais importante que qualquer brinquedo. Orgulho-me de pertencer aquele mundo onde a musica tem lugar especial, onde a riqueza da música predomina sobre questões materiais. Alguns gestos que ainda hoje faço (quando ouço musica) têm algo de criança, imagino-me com uma guitarra ou com uma bateria pronto para desafiar o mundo inteiro. Por preguiça ou por timidez a minha vida actual não esta ligada a musica, a não ser pela sua sucessiva audição. Penso que talvez numa outra vida longínqua essa prioridade me possa contemplar. A Musica como antiguidade é um bem necessário á vida.