quarta-feira, outubro 20, 2004

Certas Diferenças...



..."Boa tarde e até amanhã pessoal", despedida habitual dirigida ao meus colegas quando chega ao fim mais um dia de trabalho. Caminho por túneis citadinos negros com a noite, olhares inquietos e frios caminham stressados e atrevidos em direcção ao infinito feminino, tentando conquistar algum espaço no coração delas. Algumas mulheres não sentem esse toque, ou pelo menos fingem não sentir. Sabendo do mau tempo que aflige este pedaço de mundo, dirijo-me a passos largos para o meu transporte marítimo. A chuva miudinha que percorre a atmosfera não é mais nem menos do que um limpar húmido duma cidade refém da sua própria alegria. Os lisboetas andam muito tristes, ou será os portugueses em geral? Chegado ao cais de embarque sou informado que afinal a casca de noz não desagua naquele porto que cheira e tresanda a urina. Porra! pensei eu, então mas não temos o direito de sermos informados antecipadamente do sucedido? Entro rapidamente também no reino dos stressados, tenho plena consciência quando entro nesse estado de espirito, e tenho vários alvos em mente (O Tempo, A Incompetência da Soflusa e o maldito chapéu de chuva) são alguns dos meus alvos de momentânea irritação. Ouço sirenes e julgo ser alguma emergência motivada pelo choro de S.Pedro. Mas não, não era a chuva a fazer alguma casa desabar ou derrubar uma arvore num caminho de alcatrão. Era “somente” o primeiro ministro alemão ( Chanceler ) guardado por quase uma quinzena de Ratos marginais (vulgos policias) e subservientes dum qualquer poder. Lá ia ele sorrindo num Bmw comprado pelos contribuintes nacionais, Curiosamente não estava ensopado como eu ,ou como aquelas pessoas que foram mantendo uma calma aparente dentro de seu alma. Nessa altura o espirito de Che voltou-me a invadir a alma, isso acontece quando vejo algo de injusto ou quando noto uma certa necessidade de manifestar-me perante factos difíceis de digerir. As vezes esta vida é particularmente injusta para alguns de nós. Tenho um sonho difícil de realizar e não é necessário ser natal para o voltar a desejar...Quero uma revisão a lei dos direito humanos!

terça-feira, outubro 12, 2004

Diva Lusitana...



Por mares e oceanos nunca dantes navegados ansiamos por um regresso a nossa terra natal, A fé que nos une é somente as cores da nossa bandeira. Somos Portugueses com um orgulho quase sobre-humano, lusitanos de coração aberto e conservadores quanto baste. Pescávamos verdadeiras preciosidades nestes oceanos vivos, Terras e poeira que outrahora descobrimos permitem-nos ter uma maior noção de sabedoria da pobreza e desgraça de qualquer povo. Faço uma vénia aos nossos maiores conquistadores de ventos e marés por aquilo que conseguiram trazer para a nossa nação, Mas congratulo-me que ainda existe na nossa sociedade verdadeiros heróis nacionais...vou explicar. Nesta caso é uma heroina, qual a droga mais auditiva e capaz de trazer alma a musica? Qual será a voz mais arrojada e destemida neste universo de cumplicidades? Sua voz doce era ouvida com frequência em Alcântara onde ela passava ao maior parte do seu tempo a vender fruta brilhante de óptimo aspecto. Portugal inteiro chora pela sua ausência, esta ausência implora uma quase peregrinação ao seu santuário (vulgo cemitério) que a enche de orgulho lá em cima no céu. Para Amália deixo aqui a minha pequena Homenagem, diva portuguesa que enche o coração deste nosso nobre povo.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Espíritos nada malignos...



Existem mentes curiosas e fortemente destemidas ao ponto de acreditarem que o sobrenatural existe e vive permanentemente no nosso quotidiano, pessoalmente eu sou uma dessas mentes. Acredito em algo que nos ultrapassa no nosso equilíbrio mental e emocional, muitas dessas vezes sinto que algo me persegue de uma maneira alegre e fortemente desinibida. Não sou egoísta ao ponto de reclamar para nós vulgos humanos a exclusividade de ter sentimentos e capacidade para sentir...enfim carne para apalpar. Certa vez senti algo que nunca tinha sentido até então, sentado numa cadeira de praia ouvindo e discutindo abertamente com um grande amigo meu, reparei que algo me atravessava positivamente, certamente não era nenhuma nuvem de pó ou um mísero fumo dum cigarro. Incrivelmente ou não, é algo que para mim é muito difícil explicar por palavras, ao interromper minha palavras senti-me curioso e assisti impávido e sereno ao desabrochar de qualquer espirito ou fantasminha nómada. O respeito que preservo por essas causas sobrenaturais não me permite sequer por em causa algo que muito de nós fazem questão em acreditar solenemente. Acredito também que existe sempre uma mão amiga espirita digamos assim, certamente que estas abóboras que levamos entre ombros nos deixam capturar muitas dessas ondas sobrenaturais.Essa mão amiga e sortuda que muitos religiosos fazem questão de referenciar logo ao nosso Senhor, tem performances de um verdadeiro espirito protector...Pensem nisto.