segunda-feira, setembro 20, 2004

Pobreza a quanto obrigas...


...Obviamente que Ernesto não cumpre todas as regras de higiene básica nesta vida, isso também não é importante para ele, para ele o importante é mesmo sentir que no outro dia esta acordado para a vida. Acordado para uma sociedade que insiste em não compreende-lo, em despreza-lo mesmo...Sua cama é um papelão sujo, manchado por pequenas gotas de vinho tinto, esse vinho que é uma espécie de ouro branco nas mãos dele. Aquela barba imaculada pelo mau cheiro guarda segredos que abalam qualquer coração...Marreco de nascença, órfão desde os cinco anos, originalmente cornudo desde que a sua mulher o trocou por um sujeito mais abastado financeiramente (não psicologicamente).Diz quem vê que a educação é um dos seus pontos fortes, qualquer presente ou surpresa ele aceita de bom agrado e com elevada cordialidade. Ernesto leva na sua consciência a convicção de que cada dia que nasce pode ser diferente para bem melhor, isso não invalida que a tristeza passe por ele frequentemente. Chora quando a sua memória não lhe permite esquecer uma infância perdida, Uma relação amorosa esquecida, Sua face envergonhada e escondida representa o terror que ele sente ao vermos caminhar sem olhar para atrás. Ernesto afirma que por vezes é preciso parar para pensar, Positivamente ninguém o leva a serio...Nossos olhares espelham a desilusão de uma sociedade que rejeita outros como o Ernesto, muitas vezes sentimo-nos impotentes para ajuda-los, não por culpa directa, mas por culpa do nosso pobre subconsciente...

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