quarta-feira, março 30, 2005

Serás sempre uma Vencedora...



Empurro um solitário pião de madeira esverdeado, enquanto o lanço vou relembrando que existem desenhos animados para ver na caixinha magica. Aquela bola que guardo religiosamente atrás da porta de madeira foi-me oferecida pela mão do João no dia do meu sétimo aniversario. São inúmeras as vantagens de não termos quaisquer responsabilidades quando somos crianças, de não temos idade para nos preocupar-mos com um futuro próximo, de não sentir-mos remorsos quando falhamos qualquer objectivo.
Especialmente quando somos bem vigiados e aconselhados pelo nosso anjo da guarda.
Aquele olhar sempre me protegeu, aqueles braços enrugados pelo trabalho nunca me desprotegeram, aquele carinho e ternura que sempre me enriqueceram como ser humano.
A Dona Rosa sempre me acolheu e por altura de manifestações de aventura, bradava aos céus que me protegessem contra qualquer ferida ou dor provocada por um Skate todo equipado e veloz.
Fico com sensação que o vazio que ela me deixou no coração nunca se há de perder no tempo nem na memória, mesmo quando a idade já me atrofiar estas malditas ideias.
Aquele desejo de baptismo religioso o qual ela nunca se esqueceu de referir quando nos víamos fez com que eu me senti-se um neto único. Para já não é uma aposta para o meu futuro, mas quem sabe um dia quando a morte me preocupar verdadeiramente possa transportar para a igreja católica as minhas convicções religiosas.
Aquela agua fervida já não queimara mais o meu braço infelizmente, e digo infelizmente porque se isso acontece-se era sinal que ainda me vias e me sentias diante de ti.
Tenho saudades da minha avó, de vê-la de lenço na cabeça e de panela na mão.
De sentir o quanto ela me amava e a doçura com que ela me deitava.
Se o tempo não fosse meu inimigo podia escrever até que a mão me doesse, visto que nunca poderei transpor para um simples texto tudo o que me deixaste na vida.
Em ti Dona Rosa vejo o exemplo de como o carinho e o amor é tão importante como o ar que respiramos ou a agua que bebemos. Desculpa a minha ausência querida avó.

3 comentários:

Anónimo disse...

Vim retribuir a tua visita e encontro um blog interessante e este texto bem sentido :-)

Anónimo disse...

o que dizer? Estender-te apenas um abraço, as saudades e dizer obrigado por um texto muito bonito.

Anónimo disse...

O que dizer? É esta Vida Malvada que pouca vezes percebemos, e que nos leva as pessoas que mais amamos e que mais nos marcaram. Há-que seguir em frente. Fica o amor, ficam as memórias, ficam os seus exemplos. Não esqueças essa(s) pessoas e tudo terá valido a pena.Beijos.Sofia Figueiredo.