segunda-feira, novembro 28, 2005

Justiceiro do Século XXI


Esforçou-se para manter a caneca de cerveja em cima da mesa, rasgou-se em elogios á uma empregada da taberna, já embriagado de álcool denotava ainda capacidade e uma esperteza sublime. Tem a perfeita consciência que os actos que pratica não têm apoiantes muito convictos, Lúcio puro justiceiro do século XXI desvia cheques de gente mais abastada para entregar a famílias com poucas capacidades financeiras para suportar a miséria dos nossos dias. Lúcio carteiro de profissão colocado no gabinete financeiro da estação de correios da Cascais, tem por habito fazer entrar na sua gaveta cheques chorudos entregues na sua estação. Chama-se a si mesmo o Robin dos Bosques do nosso século, Junta a esse cargo, o de humilde Pai de Família encarregado de deixar em casa o ordenado mínimo, encorajado sempre por uma alegria contagiante impingida pela sua filhinha de seis anos. Por ela ele era capaz de correr meio mundo a procura da sua futura felicidade.
Os olhares suspeitos já se fizeram notar, a sua mão já actua mais cuidadosamente, já não procura a confusão para extraviar os cheques, eficazmente e lentamente foi ganhado a confiança dum chefe compreensivo e dedicado ao bom funcionamento da estação de correios daquela avenida. Lúcio caminha a passos largos para a reforma, caminha com o pouco dinheiro que vai ganhando de salário, aguarda que a calma reforma lhe traga o doce sabor de um jogo de cartas com os amigos, ou a dedicação constante a uma boa telenovela brasileira.
A sua luta constante contra a pobreza e infelicidade é legítima e justificada por um número ilimitado de razões, entre essas razões encontra-se a actual dona de seu coração. Embriagada de amor a doce Paula tem o seu carinho e amor guardado para Lúcio. Paula carece tanto de afecto que o ultimamente geme frequentemente ao telefone quando a Voz de Lúcio lhe traz boas e suaves palavras.
Momentos puramente de loucura contracenando com a inocente malvadez duns cheques extraviados por justiça ferrenha, abrigando uma mar de gente no seu coração era provável que desembarca-se numa terrível tentação de roubar para si mesmo.
Nesse aspecto tem-se mantido fiel aos seus princípios regendo-se por uma exemplar conduta. Tem a convicção firme que o céu lhe reserva um lugar, justificando-se com uma simples frase.

“Quem corre por gosto não cansa”

2 comentários:

Anónimo disse...

Só para dizer outra vez que és maluco...
Quem escreve com a alma escreve sempre!

Bjs

Anónimo disse...

Ola!!! Adorei o q escrevestes... Ficou otimo teu space. Acho q todos deveriam ser como nós escrever sempre. Muitos bjos e te cuida!