quarta-feira, abril 16, 2008

Auto Destruição



Estavas sozinha naquele dia intenso de chuva matinal, tens perfeita consciência que neste tipo de situações todos nós ficamos a perder, ficamos a perder um ombro amigo, ficamos a perder algo mais que pequenos pedaços de orgulho.
Tal orgulho limitou-te nas tuas opções de vida, vivias presa a uma relação que podia se partir por derrame de tristeza, mas podias esperar pelo menos pelo fim do verão para me anunciares o adeus final. No verão tudo se pode perdoar…
Refiro-me a ti como um projecto precoce de alta tensão, tens uma explosão suficiente para fazer crescer um sol morto de paixão. Mas tens de perceber que tais lágrimas que agora derramas denotam um pingo de egoísmo, um egoísmo fantasma, mas tantas vezes presente na nossa relação. Demoras-te a entender que o amor rege-se também por algumas normas de bom comportamento, ser um amoroso rebelde não te ajuda em nada, antes tende a prejudicar-te nas tuas futuras relações.
Criamos laços suficientes para que um dia o futuro se lembre de nós como meros seres humanos, tão capazes de julgar o próximo sem sequer comprarmos um espelho lá para casa. Tornei-me o teu melhor sonho juntamente com o teu pior pesadelo, desfizemos malas cheias de ciúmes e traições, lidamos com queixas permanentes de vizinhos desejosos de sossego. Acima de tudo tentámos ser felizes, tentámos uma impossível união permanente, sem sucesso. Agora procuramos um sossego amoroso que não tenha correntes presas a nós.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom. O texto e a música!

susana disse...

Hum, um texto sentido! O amor cada vez vale menos, por isso também já nem me preocupo muito quanto tempo as relações vão durar, porque também pouco aposto nelas!
Prefiro viver para a música, para a arte, para a vida!
Vim aqui porque ao meter uma musica no blog, lenbrei-me de ti, aposto que gostas (tens de esperar um bocadinho que não arranca logo)!
beijinhos miss