quinta-feira, março 23, 2006

Menina que se fez Mulher...




És ainda pequena, a cor de teu cabelo é castanho quase claro, cheira ainda a seda pura, caminhas descalça por aquele caminho de cabras. És já menina graúda, tens a inteligência na ponta de língua, e soltas-te feita dançarina quando ouves aquela doce música Cubana, ainda no bar do Gonçalo tem reconhecem como a legitima filha de Barranquilla. Se fosses mais travessa talvez o mundo da moda descesse a teus pés, sabes que com essa cara marota e rebelde pouco mais podes desejar do que um bom par de dólares, visto que a tua própria consciência não te deixa chegar mais longe. Aquela cuspidela na cara do teu empresário fez com que o mundo da moda temesse cada gesto teu, tenta esquecer quem se quer aproveitar do teu belo corpo e tenta soltar a tua energia para outra área. Foi isso que a Isabel fez, no mesmo dia pegou no saco de desporto e saiu apressada do escritório do seu empresário. Pegou no seu antigo violão e espreitou o túnel do metro ainda pouco frequentado nesse dia, as pessoas que passavam paravam e olhavam para ela como alguém determinado a alcançar os seus objectivos e talvez por isso a ajudassem colocando as moedas na sua mala de viagem feita caixa de esmolas.
A Vida em Santa Fé era assim, uma cidade acolhedora onde cada esquina apresentava uma história diferente, Isabel era um pouco assim, representava ao mesmo tempo várias personagens diferentes. A da menina travessa que roubava os namorados das amigas, A adolescente rebelde mas tímida que se preocupava com o bem-estar da sua família em Barranquilla.
O tempo e o seu trabalho levaram-na a conquistar o mundo somente com uma canção, uma canção que fala dum amor cego, dum sentimento forte arrebatado por uma emoção de cortar a respiração. Cada nota solta respira sentimento, Respira sensações…
Anos mais tarde tem literalmente o mundo a seus pés, com muita emoção conseguiu conquistar o seu espaço musical no Mundo, Sente-se daqui a esta distancia que ela tem a cabeça no lugar, sabe posicionar-se fora de qualquer controvérsia, apoiando instituições de caridade, apelando sempre á uma maior interligação mundial. Entre portas continua a ser a Isabel, em mais de meio mundo adoptou o nome de Shakira. A ela dedico a minha homenagem não póstuma…